segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Jungle King I - Uma verdadeira faca de sobrevivência


       


Bom, eu sei o que os “especialistas” dizem sobre facas de sobrevivência de cabo oco, ou simplesmente as “facas do Rambo”, na nomenclatura oficial e debochada dos leigos, mas se tem uma coisa que eu aprendi no alto dos meus 48 anos é nunca acreditar em tudo o que as pessoas dizem, principalmente se eu gostar do oposto. Sempre busco informações despretensiosas e, mais do que isso, procuro verificar se aquilo que os “especialistas” apontam como o principal defeito realmente existe ou é uma mera desconfiança que o dito cujo colocou como verdade absoluta e, mais além ainda, se esse “especialista“ algum dia já se utilizou desse equipamento, pois formular uma opinião, condenar um equipamento e disseminar isso sem sequer ter testado o material em questão é algo grave de se fazer haja vista o alcance que conseguimos hoje em dia com os meios de comunicação que qualquer pessoa pode ter acesso.
De outra feita, já vi os mesmos especialistas elogiarem facas que eu, na minha opinião de usuário, pois comprei o dito equipamento pra efetuar os testes, condeno veementemente pois se um cidadão sair a campo com o intuito de sobreviver com somente esse equipamento ou, sequer se tentar construir algumas pioneirias básicas no campo (abrigos, fogo, ou utensílios) eu tenho certeza que se arrependerá a último termo.
E, ainda, existem as "Maria-vai-com-as-outras", que nada mais são que aqueles que não tem opinião e acabam se influenciando pelo que os "especialistas de plantão" pregam e, mesmo gostando de um determinado produto ou prática, criticam quem curte e tem coragem de se declarar favorável às coisas diferente da onda do momento.
É necessário deixar aqui bem claro que eu não me intitulo especialista em nada, nem tampouco mestre de alguma coisa pois é como eu costumo dizer aos meus alunos no SENAI quando me chamam de professor, antes me chamem de instrutor pois apenas ministro a eles a instrução de como agir dentro das atividades que fui instruído e que tenho prática em realizar, quem me dera ser professor ou mestre de alguma coisa pois entendo toda a grandiosidade do encargo dessa profissão ou função. 
Opiniões pessoais à parte, gostaria de expressar aqui as minhas considerações como usuário de uma faca a mais de 20 anos e se esta, em qualquer momento desses 20 anos tivesse me decepcionado, podem ter certeza que não estaria perdendo o meu tempo escrevendo um artigo desse tamanho e nem fazendo vocês, caros leitores, perderem o seu lendo uma matéria potencialmente mentirosa, afinal, nos escrevemos sobre paixões e você não se apaixona por algo que não presta e que te decepciona.
Como vão poder observar, serei absolutamente sincero nas minhas conjecturas, pois sei que muitos dos que me leem terão senso crítico suficiente para saber se estarei mentindo ou exagerando em algo e também por ter a certeza de que todos sabemos que não existe equipamento perfeito a todas as situações que se apresentam em caso de sobrevivência, notadamente ao que toca o item lâminas, senão, não haveria quem preferisse facas, outros facões e outros machados pois, então, todos teríamos uma única lâmina de preferência geral e não seria necessário ninguém tecer comentário algum sobre esta ou aquela.
Mais um aparte deve ser feito a respeito de remuneração sobre estas matérias. Jamais recebi ou, sequer fui procurado pela empresa em questão para escrever qualquer palavra que seja sobre seus produtos, apenas escrevo aquilo que penso sobre o que gosto e merece o meu respeito. como vão perceber, faço críticas ao que acho errado ou que poderia ser melhor aproveitado nesta faca também e, em outra matéria que já está sendo escrita, tratarei da customização deste equipamento, inclusive com a substituição de alguns itens que julgo meio "fora da casinha".

Vamos, então, ao tema da matéria.

O começo de tudo.
Nos idos de 1984, a empresa basca Cuchilleria Del Norte (AITOR), situada na cidade de Ermua - Espanha, lançou uma faca denominada Jungle King II (para saber mais sobre isso, leia nesse mesmo blog a matéria intitulada "Jungle King II - A Pequena Notável".

Acima, xerox de foto do protótipo jungla 463 ou Jungle King II

 Nesse mesmo período, a fábrica confeccionou também um protótipo de uma outra faca de maior tamanho e que denominou de Jungla 464. Esta outra faca, tinha também lâmina em formato spier point com a anteriormente descrita, serra idêntica em seu dorso, mas possuía maiores dimensões de lâmina, 225 mm x 38 mm x 5 mm. Seu cabo era feito também em peralumal, porém, diferia do modelo 463 por não formar uma única peça com a guarda, mas era unido a ela através de um pino elástico. A guarda, feita em aço inoxidável era presa à lâmina através do mesmo sistema, ou seja, outro pino elástico.

Xerox de foto do protótipo Jungla 464, antecessora da Jungle King I com seus acessórios.

Carta datilografada da AITOR com a descrição das duas novas facas de sobrevivência para solicitação de patente ainda no ano anterior ao seu lançamento.

No período do lançamento do modelo jungla 463, esta teve o seu nome mudado para Jungle King II, já demonstrando claramente a intenção da AITOR de lançar outro modelo que faria o conjunto com essa faca. Durante o mesmo período que os editores da revista armas testavam o novo lançamento da AITOR e escreviam uma matéria sobre a faca Jungla 463 ou Jungle king II, receberam um protótipo do modelo Jungla 464 para análise antes do lançamento e estes deram as suas opiniões para que a fabricante chegasse ao modelo que seria lançado e conhecido mundialmente com o nome de JUNGLE KING I.
Durante a fase de testes do protótipo Jungla 464, os editores da revista armas sugeriram algumas modificações que a fábrica aceitou de bom termo para que, um ano mais tarde se chegasse ao modelo definitivo. As alterações sugeridas são:
1-                          Troca do tipo de ponta para clip point, prevendo que essa faca tivesse um ângulo mais agudo de ponta para ser melhor utilizada para estoque em caso de defesa pessoal, já prevendo a utilização destas facas por unidades militares ou na confecção de uma lança.
2-                          Bainha rígida, já que a bainha do modelo Jungla 464 era de couro e não tinha, sequer, bolsos para o armazenamento de uma pedra de afiação.
3-                          O cabo deveria ser em uma única peça, haja vista que quanto mais peças, maior o risco de uma falha de montagem e, também, deveria ser fabricado de aço inoxidável, pois o peralumal, mesmo sendo bastante rígido, não teria a mesma resistência do aço e, com o maior tamanho da lâmina desta faca, os riscos de uma quebra eram maiores.
4-                          A tampa do cabo deveria ser em aço inoxidável, contrapondo a do protótipo que era em alumínio, prevendo-se ai a utilização deste como martelo para quebrar castanhas ou algo do gênero.
      
Um dos pontos que foi discutidos quando se analisou os primeiros protótipos da versão definitiva foi a direção dos dentes da serra pois entre os editores da revista, alguns criam que voltados para a frente seria mais eficiente, outros diziam exatamente o oposto, então, D. Pedro Maria Izaguirre, proprietário da AITOR decidiu enviar protótipos com dentes em ambas as direções e o que ficou comprovado foi que em ambas as direções a serra funcionava perfeitamente, o que definiu afinal a posição dos dentes foi o fato de que, voltados para trás, essa serra criava mais dificuldades na hora do saque, estragando mais a bainha e, por vezes a roupa do usuário, além de ter potencialidade de desarmar um usuário sob estresse tentando sacá-la com rapidez para uma provável defesa ante algum ataque inimigo ou de alguma fera.

Acima vemos o protótipo jungla 464 e logo a baixo a Jungle King I em sua primeira versão, note os dentes de serra voltados para trás.

Acima uma foto do protótipo Jungla 464 em sua bainha. Esta foto foi mostrada em um fantástico compêndio espanhol de nome “Armas de Fuego”, que foi traduzido para o português na década de 90 e o qual sou um dos felizes possuidores da obra completa.

Outras coisas que mudaram, embora isso não tenha partido de sugestão dos editores da referida revista, foi o ângulo do fio que passou a ser menos oblíquo, pois assim ficaria mais resistente a impactos em materiais mais duros, transformando a faca em um verdadeiro machado e, devido a isso, a fábrica resolveu dotar o conjunto de uma pequena faca Skinner esqueletonizada para auxiliar em trabalhos de maior precisão de corte. Particularmente. eu prefiro o tipo de fio anterior, mais oblíquo pois sem dúvida aumenta a capacidade de cortes, pois isso economiza tempo e energia quando o usuário pretende cortar material por muito tempo (na confecção de abrigos ou rachando lenha, por exemplo), quando se está em situação "in extremis".
A bainha rígida similar à JKII, porém maior, coube, ainda, além dos itens constantes na JKII, um frasco para a guarda de anti-sépticos, uma barra de magnésio com pederneira para a obtenção de fogo e uma corda de cerca de 3,5 mm enrolada em sua volta. Lembremos que o modelo Jungla 463 ou Jungle King II não tinha, ainda a Skinner e a corda enrolada à sua volta, mas somente um inserto metálico onde ficavam presos os itens de sobrevivência e tinha um arpão que tinha apenas, como função secundária, um abridor de garrafas que atuava como chave de fendas, mas deixemos agora a Jungle King II de lado pois este assunto já foi abordado em outra postagem e vamos falar do modelo definitivo da faca Jungle King I.

Proporções.
O comprimento total de uma Jungle King I é de 370 mm, sendo que a lâmina  tem 225mm de comprimento por 38 mm de largura por 5 mm de grossura e o cabo tem 145 mm de comprimento incluindo a guarda e Ø 1 ¼” de grossura externa com capacidade para 15 cm³ . O peso da faca é de 560g e o peso total do conjunto é de 900 g. A bainha pode servir de copo cabendo cerca de 140 ml de água, desde que tenha o furo para escoamento de água estancado.

Testes e aprovação.
Após receberem a versão definitiva da faca Jungle King I, os editores da revista Armas, notadamente seu editor de texto, o jornalista Luiz Perez de Leon, aproveitaram uma excursão às montanhas para caça ao javali e testaram os últimos protótipos fornecidos pela fábrica fazendo uma matéria muito extensa para esta revista em seu n° 32, na qual destacam a resistência do conjunto, bem como o uso intencional dos itens de auxílio à sobrevivência que a acompanham.

Acima a capa da edição de n° 32 revista armas, a qual deu extremo destaque à faca Jungle King I.

Quanto ao teste de resistência, as atividades foram desde encaixar uma vara no interior do cabo e arremessá-la contra um tronco de madeira, até cravar a sua lâmina no solo e arrancá-la aos chutes para verificar se a lâmina não se descolaria do cabo.

Acima vemos alguns dos abusos cometidos pelos autores da matéria de lançamento desta faca na Espanha.

Vale lembrar que uma das facas cedidas para os testes tinha a sua lâmina encaixada ao cabo, mas foi esquecido de se instalar o pino elástico, esta estava apenas encaixada sob pressão e com o travamento químico, e foi arremessada como lança por diversas vezes em um a tora de madeira sem, contudo, apresentar qualquer folga após os testes. Ocorre que as lâminas dessas facas são fabricadas com medidas muito precisas de ajuste ao cabo, de tal forma que, para a sua inserção dentro do receptáculo na guarda, é necessário alguma pressão para que o conjunto não se solte mesmo nas mais duras condições de uso. Ainda, além do travamento mecânico, a lâmina possui um travamento químico também onde alguns espaços vazios são preenchidos com uma resina epox que garante que, além da vedação para impossibilitar a entrada de umidade e sujeira, o que poderia comprometer a lâmina devido ao alto teor de carbono existente no aço da AITOR, ainda garante uma fixação a mais para o conjunto, só depois então é que o pino elástico é inserido, portanto, este é apenas mais um elemento de segurança do que de fixação propriamente dito.
Quanto ao conjunto guarda/cabo, a guarda tem um degrau no qual se encaixa o cabo e eu suspeito que deve haver também uma rosca para maior garantia de firmeza e alinhamento e, posteriormente esse conjunto é soldado pelo processo TIG (Tungsten Inert Gas), a qual derrete uma vareta de tungstênio juntamente com ambas as bordas do encaixe e é um dos mais perfeitos sistemas de soldagem existentes pois além de muita resistência, garante um acabamento meticuloso onde não existe a presença de poros e nem produz respingos ao resto do conjunto. Depois disso ainda sofre um processo de usinagem antes do jateamento para garantir um acabamento primoroso.

Aqui podemos ver por dentro do cabo, como é a junção da faca na guarda e a cola que é utilizada para preencher os espaços vazios.

Nesta foto, vemos o sistema de acabamento interno do cabo que, sem dúvida é perfeitamente estanque e, ainda, dá um aspecto mais bonito a essa parte escondida da faca.

O aço das facas da AITOR são compostos por uma liga que possui, além de uma alta taxa de carbono, cromo (Cr), molibdênio (Mo) e vanádio (Va), que são elementos que possibilitam ao aço características mais apropriadas para serem usadas em cutelaria. Quando adicionado ao aço, o carbono, em uma dosagem mais elevada (no caso da Jungle King I, 0,62%), garante que este possa ser endurecido a valores bem elevados na escala Rokcwell, o que ocorre, porém, é que quanto mais carbono, mais quebradiço o aço e mais este reage com o meio, enferrujando, então, é normal a adição de alguns elementos para diminuir essa características, logo, adiciona-se o cromo para poder aumentar a dureza sem os efeitos colaterais do cisalhamento e, também, para aumentar a resistência à corrosão, paralelamente, adiciona-se o molibdênio, para garantir uma resistência à ruptura (cisalhamento) e aumentar a capacidade de corte mesmo de materiais em altas temperaturas e, por fim, o vanádio para dar resistência à abrasão e fricção, mesmo contra superfícies duras. Depois de fabricadas, as lâminas sofrem um tratamento térmico em fornos elétricos a temperaturas entre 1.100 e 1.200° onde ganham a dureza de 60°  a 62° na escala Rokwell e depois passam pelo revenimento para adquirirem a sua dureza final, que fica na ordem dos 56/57 HRc. Mas se engana quem pensa que com essa dureza o aço de uma Jungle King I pode se desgastar com muita facilidade, perdendo o fio rapidamente, os elementos adicionados ao aço e a correta angulação do fio garantem a ela uma altíssima retenção de corte mesmo nas condições mais duras de uso.
Como todos sabemos, não existe um único equipamento que se presta a todas as atividades do gênero para o qual foi desenvolvido, desta forma, facas pequenas tem a sua funcionalidade restrita a trabalhos mais delicados, facas maiores, a trabalhos mais pesados, facões e machados a trabalhos ainda mais duros, então, já com o intuito de dar mais versatilidade ao equipamento Jungle King I, como já foi mencionado, a AITOR incorporou à bainha desta faca uma faca menor ou Skinner, se preferirem, para a execução de tarefas de maior precisão e detalhes.
Visando a diminuição de peso no skinner JKI, foi feito em uma chapa bem fina 2,4 mm e com um perfil esqueletonizado (vazado). Ao projetar esta Skinner dessa forma, a AITOR dotou-a de um rasgo em forma de gota alongada que tem dupla função, diminuir o peso da lâmina e servir como uma chave de parafusos/porcas. Além dessa utilidade extra, a empresa também instalou um clinch ou "cut hook" no dorso da lâmina, este detalhe serve para se efetuar a abertura abdominal de animais abatidos de forma mais eficiente, pois fazendo uso desse acessório, o usuário não corre o risco de cortar as partes internas dos animais esfolados e, com isso, contaminar a carne com as fezes ou cortando a vesícula biliar (ou o féu) do animal, órgão que sabidamente pode estragar toda a carne de qualquer animal, amargando-a. A extremidade traseira desse acessório traz, ainda, um abridor de latas muito eficiente e que pode atuar como chave de fendas e abridor de garrafas também. Existem furos na extensão do cabo dessa Skinner que possibilitam que esta seja amarrada a uma haste de madeira para ser usada como arpão também, mas como eu já deixei bem claro na matéria da Jungle King II, eu não usaria esta skinner como arpão pelos mesmos motivos, essas lâminas são, muito finas, podem se quebrar, principalmente se for para arpoar peixes em rios com fundo pedregoso ou para arremessar contra animais mais pesados e isso pode privá-lo desse valioso equipamento, além do que a protuberância do que seria a fisga não tem ponta e ainda tem a base afiada e tem seu lado oposto também afiado, o que cortaria a pele do peixe ou animal e faria com que o arpão escapasse por ali e o peixe ou animal fugisse ferido. Na minha opinião, nós (os homens) somos seres idealizadores de ferramentas, então, pra que arriscar uma ferramenta valiosa como esta em atitudes impensadas se podemos fabricar outras ferramentas usando essa ferramenta (a skinner)? São tantas as situações onde esta pequena faquinha pode ser de extrema valia que não daria nem pra enumerar.
O fio de corte da skinner JKI é do tipo côncavo, o que, para uma faca tão fina confere um corte absurdamente afiado servindo até mesmo para fazer a barba, tarefa que ela realmente executa muito bem, acreditem, eu já testei.


Acima vemos o skinner JKI que acompanha a JKI e a baixo o skinner JKI luxo, que é vendido separadamente.

A lâmina.
Como já foi mencionada, a Jungle King I é fabricada no formato Bowie clip point com um ângulo de desbaste do fio de aproximadamente 12º e a lateral da lâmina é rebaixada cerca de 1° para torná-la mais fina no meio que no seu dorso, esse rebaixo na lâmina visa fazer com que esta possa penetrar com maior facilidade em madeiras serradas pois em seu dorso se encontra uma serra de dentes duplos triangulares (uma carreira de cada lado) que são verdadeiros trituradores, tanto para madeira quanto ossos ou outros materiais de dureza intermediária. 
O aspecto da lâmina é um fosco acetinado que é conseguido através de processo MEV, ou seja um jateamento com micro esferas de vidro. Tal acabamento visa tornar a lâmina da faca não reflexiva para que esta, se utilizada para ações de comando, não denuncie o seu portador pelo reflexo ou brilho. Essa textura é muito agradável aos olhos passando uma impressão de robustez e agressividade. Os modelos com lâmina preta são, na verdade, polidos e banhados com cromo negro e não pintados com tinta epox como alguns leigos acreditam, essa característica diferencia muito bem as verdadeiras facas JKI das falsas, pois enquanto a pintura epox se desgasta muito rapidamente e atrapalha, tanto a afiação quanto o trabalho da serra, o banho em cromo negro faz exatamente o oposto, haja vista que esse banho, feito eletroliticamente incorpora mais cromo à superfície da lâmina, tornando-a mais dura e resistente à corrosão e, ainda, por ser polida, acaba por facilitar o ato de serrar.



Ambas as facas acima pertencem aos modelos mais antigos desse projeto onde ainda não era timbrado na lâmina a composição do aço, pois como podemos ver à direita do nome Jungle King I ainda tinham apenas as inscrições "Inoxidable, Stainless steel, Made in Spain", porém, o desbaste na lateral da lâmina era de maior profundidade, auxiliando ainda mais o ato de serrar.




Essa faca, produzida nos anos 90 já tinha a descrição do aço sob o logotipo da AITOR, embora esteja dificil de se ver, por causa do desgaste por uso (são mais de 25 anos de uso), embora não dê a porcentagem, podemos ler "INOX - CR - MO - VA - SPAIN.


Nota. A AITOR não fabrica facas de aço carbono, portanto, todas as suas facas de lâminas negras são feitas em aço inoxidável banhado em cromo negro. Qualquer faca de aço ao carbono ou mesmo de aço inox mas pintada com tinta epox que tenha o logotipo da AITOR é FALSA.

O cabo.
O cabo das Jungle King I é feito em aço inoxidável da classe 18/8 de uma liga de Cr / Ni martensítico e anti-magnético com uma capacidade interior de 50 cm³ e possui na sua parte externa 5 anéis recartilhados em alto relevo para auxiliar na pega agindo como anti-derrapante haja vista que fornece uma excelente pega e bastante aderência em caso de mãos molhadas mas, em caso de frio extremo, carece de algum tipo de cobertura como aquelas camuflagens adesivas ou fita emborrachada para cabo de raquetes de tênis pois pode até mesmo colar a mão se esta estiver molhada 
A guarda possui um passador para fiel em cada extremidade além de um na extremidade da tampa. 


Aqui podemos ver toda a faca com o sistema de fixação por pino elástico. Os anéis recartilhados realmente auxiliam muito a retenção da faca nas mãos em caso de umidade mas pode ser um transtorno em caso de frio intenso.

A tampa ou pomo do cabo é feito do mesmo material do cabo e tem um formato bastante apropriado pois permite que seja desrosqueada com facilidade mesmo com mãos molhadas ou inchadas e, internamente à rosca de fixação no cabo, possui uma bússola do tipo botão com precisão bem aceitável para esse tipo de equipamento. Tal bússola tem 18 mm de diâmetro e possui silicone líquido dentro para amortecer a agulha de golpes dados com a faca e é feita por uma empresa japonesa que não coloca a marca no equipamento, mas apenas o tradicional “made in Japan”. Essa bússola da AITOR tem o limbo móvel e os pontos cardeais e colaterais estão gravados nele, não tendo outros pontos de referência onde, por exemplo, declinar essa bússola, mas isso é o normal para bússolas do tipo botão e, apesar destas bússolas terem os pontos cardeais gravados com tinta fosforescente, o que é muito bom para se fazer a leitura durante a noite e no entardecer ou amanhecer, mas eu quero fazer aqui uma crítica severa a essa parte da facas AITOR (todas as que tem bússola no cabo). Eu nunca vi uma destas facas de sobrevivência AITOR com mais de 5 anos de uso que tenham essa bússola ainda funcionando. Todas, eu repito, absolutamente todas tem a bússola quebrada, pois ou o eixo se solta, ou elas perdem o magnetismo ou, o mais comum, entra ar dentro delas, então, fica a dica à PIELCO, agora detentora do nome e direitos fabris dos produtos AITOR, para melhorar essa parte do seu equipamento (se já não os fez, e se o fez, fica aqui as minhas mais sinceras desculpas e admirações pois não era sem tempo).

A vista superior da tampa mostra o logotipo da AITOR e o nome da faca em baixo relevo.

Nesta visão vemos a bússola, que neste caso foi substituída devido a falhas na original.

Dentro do cabo existe uma pequena cápsula com itens de auxílio à sobrevivência que podem ser vitais em uma situação extrema. Essa cápsula é empurrada para fora do cabo a cada vez que se desrosqueia a sua tampa pelo efeito de uma pequena mola espiral que é instalada no fundo do cabo. Feito em um tipo de plástico transparente que creio ser metacrilato devido a sua  excelente resistência, a cápsula possui dois compartimentos de tamanhos diferentes isolados entre si por uma parede no mesmo material, o compartimento menor vem da fábrica com uma fina cordinha enrolada dentro dele e que pode ser usada para o acendedor de magnésio para que se possa passá-lo no pescoço, depois de retirada essa cordinha, o compartimento serve para a guarda de cápsulas de medicamentos de escolha individual (a sugestão da fábrica é para anti-febrís, comprimidos de cloro ativo para a purificação de água ou antibióticos),  já o compartimento maior abriga uma série de itens que o fabricante julgou como algo genérico para a sobrevivência na maioria dos locais inóspitos do planeta, são eles:
2 Babd-aids;
1 lâmina de bisturi;
1 pinça que juntos compõem uma parte do kit de 1º socorros;
3 anzóis de tamanho diferente e já com cerca de 1,50 m de  linha 0,25 mm amarrada a cada um deles e mais um pequeno rolo com 5 m de linha 0,25;
3 pequenas chumbadas que juntos com os anzóis e a linha compõe o kit de pesca realmente minimalista;
2 agulhas com tamanhos diferentes e um pequenino pedaço de plástico rígido onde vem cerca de 60 cm de linha verde e o mesmo tanto de linha branca dentro de uma pequenina cápsula com tampa por pressão;
2 alfinetes de pressão que, com as agulhas e linha compõe o kit de costura;
1 pequenino lápis para anotações;
Estes componentes são os itens que vem com o equipamento original dentro do cabo da Jungle King I podendo ser substituídos por outros que o usuário julgar de maior importância.

Acima o conjunto original da cápsula de sobrevivência da faca Jungle KingI. Neste caso o conjunto foi montado novamente para esta foto pois, apesar de ter sido customizado por mim, eu nunca me desfiz do conjunto original, um preciosismo da minha parte para manter a originalidade do conjunto mesmo que no dia a dia do uso eu utilize um kit completamente diferente.

OBS.: A maioria dos proprietários de JKI que eu conheço, as tem somente para coleção, não as usa realmente, por isso, não mexe na composição do material do interior da cápsula, e não existe nada de mal nisso pois foi exatamente de compradores assim que eu consegui comprar exemplares praticamente mint para a minha coleção, porém, se for utilizar uma faca destas na prática, esse kit é apenas genérico e muito minimalista e pode, em muito, ser melhorado. Futuramente escreverei outro artigo sobre a customização destas facas e de como pode ser feito um kit alternativo para o interior do cabo e mesmo outros itens para serem acoplados à bainha desta faca sem aumentar muito o volume, mas aumentando em muitas vezes o seu potencial para a sobrevivência. 

A bainha.
As bainhas das facas da série Jungle King são um equipamento à parte, tal é a engenhosidade que foi empregada no seu projeto e construção que merece menção honrosa nesse artigo.
Fabricadas em polipropileno reforçado com fibra de vidro, essas bainhas possuem vários aspectos diferenciados das tradicionais facas do gênero. Vou subdividir as partes interna e externa para melhor referenciar os pontos diferenciais.
Parte externa:
Corda- Possui cerca de 7 m de um cordel de 3,5 mm de diâmetro com resistência para 75 kg enrolado no corpo da bainha.


A corda enrolada na bainha que será de grande valia na confecção de abrigos, pendurar caças para a esfola ou na confecção de armadilhas sem a perda de tempo que se tem para confeccionar esse tipo de material com elementos da natureza.


Pedra de afiação- Sob o cordel existe uma pedra de afiação para assentar o fio das facas. Vale mencionar que este é outro dos pontos fracos da faca pois apesar de servir em emergências, careceria de uma pedra melhor pois além de muito dura essa pedra tem a granulação inapropriada sequer à faca maior pois possui grânulos muito grandes, então eu diria impraticável para a pequena skinner, mesmo assim, como último recurso é melhor do que pedras naturais.


Apenas afastando as fileiras da corda enrolada na bainha em sua parte traseira podemos ver a pedra de afiação para reparos de campo em emergências.

Forquilha para atiradeira- Na extremidade inferior da bainha existe um pequeno garfo feito em aço carbono com 5 mm de diâmetro e pintado com tinta epox negra, que serve como forquilha para uma atiradeira se desdobrado da posição original. Essa ideia é realmente genial, porém também vejo nela uma grande oportunidade perdida pela AITOR. Não podia, a mesma, ter confeccionado uma forquilha de duralumínio e confeccionado uma reentrância na parte de trás da bainha com o formato dessa forquilha de modo que a mesma ficasse presa pela corda e pudesse ser sacada dali sem a necessidade de desenrolar essa corda, assim, a forquilha estaria à mão do usuário enquanto a faca estaria na cinta, onde é o lugar dela e, dessa forma, a forquilha seria algo mais ágil e permitiria uma maior precisão.


A forquilha para a montagem da atiradeira aberta em sua posição de disparo, poderia ser melhorada, mas não deixa de ser uma grande ideia.

Passador rápido para o cinto- Visando uma maior agilidade e praticidade na hora de tirar ou colocar esse conjunto da cinta, a bainha é dotada de um passador de cinto que se abre como uma mandíbula onde a parte de traz do passador, que que tem um terminal em plástico injetado formando uma alça, é inserida por baixo do cinto e a parte da frente, que também tem um terminal em plástico injetado, se fecha encaixando na primeira e, para travar o conjunto, existe uma lingueta de tecido, também com terminal em plástico injetado sobrepondo todo o conjunto e que se encaixa na alça da parte inferior do passador e trava todo o conjunto. Embora isso seja difícil de descrever, na prática, essa atividade é muito intuitiva e facílima de executar. Essa passadeira é feita de uma trama de fios muito finos de nilon que é muito agradável ao toque e muito resistente. O sistema de prender a faca à bainha é similar a esse, dando a possibilidade de saques extremamente silenciosos, embora não tão rápidos como eu gostaria que fosse.

De cima para baixo, a seqüência de abertura do passador para ser acoplado na cinta. Para fechá-lo é só seguir os passos na ordem inversa.

Na extremidade inferior existe um ilhós que tem dupla finalidade, a primeira é travar uma peça que não permite que a forquilha se desprenda da bainha e a segunda é servir de passador para um cordão idêntico ao que se encontra enrolado no meio da bainha e serve para ser passado em volta da perna para manter o conjunto bem junto ao corpo para evitar chacoalhões e ruídos indesejados. Na extremidade desse cordão existe um prendedor feito de poliamida injetada que permite ajustar o comprimento desse cordão rapidamente e apenas com um puxão com uma das mãos, ainda, essa pequena peça permite a sua desconexão rápida apenas torcendo um lado em sentido oposto ao outro. Sem dúvida, os projetistas da AITOR se utilizaram de um recurso já anteriormente utilizado em outra faca espanhola, a Explora Survival, projetada pelo Dr. Charles Brewer Carias, de Caracas-Venezuela, que a pelo menos uma década antes do lançamento da Jungle King já se utilizava desse sistema.


 
Nesta sequencia vemos o olhal para a passagem do cordel de perna e o prendedor rápido em suas posições fechado e aberto consecutivamente.

Parte interna:
Dentro da bainha da Jungle King I existe uma gaveta feita no mesmo material que a sua parte externa e serve para abrigar outros itens de auxílio a situações emergenciais. É na parte de baixo, em uma concavidade especificamente projetada para este fim que é guardada a skinner do conjunto. Ao fundo dessa concavidade existe ainda outras utilidades, pois ali estão gravados alguns sinais internacionais de solicitação de ajuda, tais como o sinal de SOS em código Morse, alguns símbolos de sinalização com o corpo, para o caso de visualização por aeronaves e símbolos para serem feitos com elementos naturais ou não para visualização por aeronaves. Existe, também gravado no fundo da gaveta da bainha, embora não no fundo da concavidade, mas nas laterais desta apenas, duas réguas de precisão bastante aceitáveis, uma em milímetros e outra em polegadas. Finalizando a parte inferior dessa gaveta, encontraremos, também, um heliógrafo (espelho de sinalização) para ser utilizado em dias de sol.

Aqui podemos ver o fundo da gaveta da bainha e suas possibilidades. Podemos identificar, em cima, régua em mm, em baixo, régua em pol. na extremidade esquerda, eliógrafo, ao centro os símbolos de sinalização terra/ar e a baixo da gaveta, a skinner que é encaixada na concavidade dessa esma gaveta.


Virando essa gaveta, encontramos alguns outros itens muito úteis de auxílio à sobrevivência, excluindo o parco kit de pesca e a bússola, eu diria que essa parte da gaveta abriga itens mais necessários do que o kit do interior do cabo. E nessa parte que encontraremos uma borracha com uma malha plástica para ser acoplada no garfo que se localiza ao final da bainha e confeccionar a atiradeira. Essa borracha pode servir, também como garrote para fazer um torniquete ou para garroteamento de veias para uma injeção ou coisas do gênero, mas não só isso pois existem algumas armadilhas que funcionam com elementos elásticos como câmaras de ar  ou similares e isso pode muito bem ser substituído por uma borracha destas com sobra de capacidade.
É, também, nessa parte que encontraremos o item mais importante de todos, fora a faca em si, o acendedor de fogo de magnésio/pederneira. Essa incrível invenção permite a quem dela dispuser, acender uma fogueira mesmo em situações muito duras de clima, mas é necessário um preparo do usuário antes de se sair a campo pois existem alguns empecilhos, o primeiro deles é que a pederneira não acende material algum se este não for muito fino e se não estiver extremamente seco, é ai, então, que entra o magnésio, pois a raspa desse elemento incendeia com a menor fagulha, mesmo sob superfície úmida ou mesmo molhada, porem, ai também se esconde um grande problema pois a raspa do magnésio é algo extremamente leve e desaparece ao menor sinal de vento. Por isso, é necessário muito conhecimento das técnicas de sua utilização para não desperdiçar esse valioso recurso e não se frustrar muito cedo. Ao lado dessa ferramenta existe um pequeno espaço que pode ser utilizado para manter a corda que vem dentro da cápsula, depois de amarrada à pederneira para que quando necessário se possa passá-la no pescoço.
Ainda nesse mesmo compartimento, encontraremos um pequeno frasco que serve para a guarda de antissépticos para ferimentos ou para picadas de insetos ou, ainda, para guardar algum idrosteril para a purificação de água.

Acima a gaveta da bainha vista a partir da sua parte superior. Borracha com malha, frasco para fármacos e barra de magnézio com pederneira. Abaixo, a skinner para comparação de tamanho.

Conceito de qualidade.

Fabricadas em uma composição de aço como já foi mencionado, as lâminas são produzidas e testadas uma a uma em um durômetro e com extremo rigor, com processo de fabricação garantido pelas normas ISSO e fiscalizados pela empresa internacional de auditoria BVQI. O teste de dureza fica estampado na lateral da lâmina por um pequenino furo e pela gravação a ácido de um símbolo envolvendo este furo com a inscrição “CONTROL HRC°”.

Aqui podemos ver o símbolo de aprovação do teste de dureza da lâmina

Os modelos.
Algum tempo depois do lançamento da versão da faca, em aço inox jateado, a empresa lançou o modelo black camo, ou seja, a faca inteira é banhada ao cromo negro e depois o cabo recebe uma pintura camuflada em tons de verde com uma tinta epox de altíssima resistência. Ainda, depois desse modelo, já na segunda geração destas facas, a fábrica lançou um outro tipo de black camo, só que com coloração mesclada de verde e marrom que dá um aspecto bem inferior à faca, parecendo que foi pintada com uma tinta a óleo qualquer e usando os dedos, tão grotesco ficou essa versão que hoje são raríssimas de se ver, só sendo encontradas em mãos de colecionadores pois foi retirada rapidamente de produção.

Esta é a primeira versão fabricada da Jungle King I. Embora elas sempre tivessem a marca de prova mas só começaram a ter a inscrição da composição do aço na versão seguinte.

Modelo Black Camo em tons de verde, o mais belo dos modelos, em minha opinião, embora tenha surgido algum tempo depois do polido mate, mas pertence a uma mesma "fornada", como dizem os espanhois pois nada mudou no design e na composição dos materiais.

Este modelo, de segunda fornada, ou geração, tem a composição do aço timbrada sob o logotipo da AITOR e, embora o meu modelo já esteja bastante apagado, devido o longo uso que lhe foi dado, mas é possível ver que a estampa da lâmina mudou.


JKI Black Camo na tonalidade verde claro, verde escuro e marrom. Gosto tão duvidoso que foi retirada dos catálogos rapidamente, tornando-se rara onde colecionadores buscam o modelo mais feio exatamente por ser mais difícil de ser encontrada. essa é a versão camo de segunda geração.

 Um outro modelo muito mais raro, tal que até hoje só tenho conhecimento de dois únicos exemplares, é o modelo de dentes de lobo totalmente black, inclusive a bainha é feita de poliamida negra, o exemplar visto na foto abaixo, ao que parece, é um dos únicos remanescentes de um lote de facas nessa coloração que foi solicitado para uma unidade das forças especiais da Espanha, como podemos ver pelo logo na ponta da lâmina.

Raríssimo exemplar de Jungle King I totalmente negra com serra tipo dentes de lobo. Todas as facas que ví nessa coloração são de segunda geração.

Depois do período de contenção de despesas da AITOR, esta passou a fabricar somente os modelos Black e White mas com serra de almena. As características dessa serra são a base arredondada e dentes com reentrâncias em ambos os lados da lâmina alternadamente. Esse formato permite serrar tanto em um sentido quanto em outro ou, tanto na ida quanto na volta, porém, é menos agressivo que a serra de dentes de lobo anteriormente usada.


Foto promocional da AITOR com os modelos atuais da JKI.

Esta faca, de terceira geração, foi conseguida depois de muita procura e teve que ser restaurada pois foi vendida com muitos defeitos tanto na lâmina quanto nos acessórios que tiveram que ser substituidos. O que difere é a serra de almena que foi introduzido em meados de 1995, mesmo com o alívio (desbaste na lateral da lâmina)que deixou de ser executado em anos posteriores. 

Um fato pouquíssimo conhecido é que no início da produção das facas com serra de almena, estas ainda tinham a lateral das lâminas desbastadas para escoamento do material serrado, mas apenas algumas poucas unidades saíram da fábrica de Ermua com esta configuração e, como eu já frisei antes, essa seria a configuração ideal destas facas pois uniria a boa capacidade de corte tanto em um sentido como em outro, deste tipo de serra com a vantagem de a lâmina, mais fina, poder deslizar por entre a madeira ou outro material que seja que se pretende serrar. A outra diferença destas primeiras serras utilizadas pela AITOR em suas facas é a de os dentes de serra serem, ao mesmo tempo mais estreitos e mais fundos, o que causa uma maior retirada de material e, ainda, um maior escoamento deste resíduo pela lateral da lâmina. Na fotografia acima tirada de um anúncio da AITOR logo no início da adoção deste tipo de serra, na faca preta pode-se notar o degrau na lâmina, isso prova que isso não foi somente um experimento, mas fazia parte do projeto mesmo e que deixou de ser fabricado infelizmente. Na foto abaixo, o detalhe fica mais evidente.


A serra acima é de uma JKI que foi fabricada nos primórdios da adoção das serras de almena, notem os dentes mais estreitos, mais altos e o alívio na lateral da lâmina para que esta não trave na madeira serrada.


Este modelo, fabricado a parir de meados de 2000, possuia a serra de almena, mas já não possui mais o alívio nas laterais da lâmina, isso já mostrava que a AITOR estava lutando para baratear os processos de fabricação para a diminuição de custos, mesmo em detrimento da qualidade. As inscrições já não são mais por serigrafia, mas por pantografia, onde uma broca de diamante comandada por uma fresa CNC risca a lateral da lâmina desenhando as inscrições.


Além dos modelos mais conhecidos, com bainhas de poliamida, a AITOR fornecia também, facas JKI com bainhas de excelente couro tratado. Haviam dois modelos de bainha de couro para as facas Jungle King I, uma delas possuía apenas local para a guarda da faca e um fino bolso na frente para possibilitar a guarda da skinner e que era denominado mod. "Cazador", outro, porém, tinha um bolso de maior tamanho e que permitia a guarda da gaveta de poliamida inteira. Essas bainhas eram fabricadas em couro de coloração natural ou preto.

Bainha em couro mais esbelta e com menos recursos mas, ainda muito bela.

Acima a bainha em couro que possui o compartimento para a gaveta e os seus acessórios onde podemos ver a gaveta parcialmente inserida no bolso frontal desta bainha.

No caso das JKI com bainha em couro e bolso para a gaveta completa, havia um acessório que era acoplado à tampa da faca e que se transformava na forquilha da atiradeira. Exclusivamente neste conjunto, a tampa do cabo não tem o formato tradicional, mas é sextavado, ainda, o local onde tem o furo para o passador de fiel, na verdade tem um rasgo de secção em “L” que serve para a acoplagem dessa forquilha de forma que fique o cabo da faca como cabo também da forquilha e não a bainha, como nos demais modelos. Aqui eu vejo mais uma oportunidade perdida pela AITOR, pois o acoplamento da já referida forquilha de duralumínio seria muito mais fácil nessa bainha.
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Bolso de transporte da forquilha da atiradeira nos modelos de bainha em couro com bolso para a gaveta completa.

Com muitas dificuldades financeiras a AITOR decide fazer algumas mudanças aos projetos das suas facas, adotando alguns processos de fabricação menos onerosos mas que trouxeram alguns prejuízos aos produtos. À primeira vista, a adoção destas medidas pouco influenciaram no design das peças, mas tecnicamente, aleijaram algumas capacidades das facas. A partir do ano de 1996, a AITOR decide modificar o sistema de fabricação das serras das facas de sobrevivência dotando-as agora de um sistema que ficou conhecido na Espanha como serra de “almena” por ter a base arredondada, conseguida pela introdução de um rebolo que causa reentrâncias arredondadas com um ângulo de cerca de 30º, serra esta que, como já foi mencionado anteriormente, é realmente mais eficiente que as tradicionais serras triangulares denominadas pelos espanhóis como serra “dentes de lobo”, mas que, pelo fato de o fabricante, a partir de um dado momento, deixar de executar o desbaste lateral da lâmina, esta acaba por travar na madeira serrada durante o ato em si e impede que entre mais que alguns milímetros. Caso a AITOR continuasse a prover as lâminas com o antigo desbaste de lâmina, tenho certeza de que estas seriam muito mais eficientes do que as primeiras.
De qualquer forma, a AITOR continuou fabricando o seu modelo de faca totalmente em inox fosco, como no primeiro modelo lançado, apenas com a alteração do tipo de serra, porém, descontinuou o seu modelo black camo completamente inserindo em seu lugar o modelo black apenas, ou seja, as facas Jungle King agora tinham uma versão preta e outra branca apenas.
Eu não sei ao certo em que ano isso ocorreu, mas creio que foi por volta do fim de 2005 a início de 2006, a AITOR fechou as suas portas repentina e silenciosamente. Ninguém que acompanhou a trajetória de sucesso da AITOR conseguia entender como isso era possível, pois como uma empresa com uma linha de produtos tão variada e de tão consagrada qualidade, poderia ter passado por dificuldades e, chegar a quebrar. Mas algo de bom acabou acontecendo depois, pois em fins de 1986 a empresa PIELCO, que começou como um curtume e passou a fabricante de artefatos de couro (fabricando, inclusive, as bainhas de couro para as Jungle King I com bainhas nesse material), posteriormente passou a ser representantes de artigos de cutelaria, resolveu se associar à AITOR e, mais que isso, passou a ser o único representante dos seus produtos, inclusive mantendo o nome e a tradição de bons produtos desse fabricante.

Embalagens.
Como seria de se esperar, em se tratando de diminuição de custos, as embalagens foram as que primeiro e mais sofreram. Os primeiros modelos de embalagens, tanto das JKI quanto das JKII eram individuais e tinham um estojo feito de isopor injetado, com o local específico para a acomodação da faca e da bainha separadamente, ainda, um pequeno espaço destinado à cápsula de sobrevivência. A caixa da JKII era de menor tamanho, mas de idêntico formato que o da JKI, então, haviam dois modelos de caixas, um para cada tipo de faca. Nesta época, a JKI tinha uma caixa onde a foto principal, da frente da caixa, era a referida faca sobre uma bancada de bambu com algumas folhas postadas ao seu lado. Já a caixa da JKII mostrava a faca sobre pedras e com algumas janelas onde era mostrado cada uma das utilidades da faca em forma de desenho. Na parte traseira desta caixa vinha a descrição completa da faca, com tipo de aço, dureza, dimensões e todos os acessórios, tudo descrito em cinco línguas a saber: espanhol, inglês, francês, italiano e alemão. Na parte interna destas caixas, vinha um manual dobrável que mostrava através de desenho e descrevia o uso de cada um dos acessórios.


Acima a foto das primeiras caixas de facas JKI, notem que, inclusive na foto da faca, as inscrições na lâmina são das primeiras séries de facas onde não se discriminava a composição do aço e,a serra ainda é com os dentes voltados para trás.



Tradicional estojo de isopor injetado em que eram fornecidos os primeiros modelos de facas JKI.

       Havia um manual de utilização da faca que, na verdade era um folheto dobrado em três partes e que mostrava a faca JKI na primeira dobra, que ficava de frente ou como capa. Abrindo-se este folheto, no mesmo lado da parte frontal podíamos ver um desenho com todas as partes e componentes do conjunto desmontado e, em janelas separadas, todas as possibilidades externas de uso da faca. Virando a folha podíamos ver janelas com desenhos das utilizações dos itens do interior da cápsula e da parte interna da gaveta. A descrição está em espanhol, mas ampliando a foto podemos ler toda ela com certa facilidade.

 Acima, parte frontal do manual de operação da faca.

Aqui, parte de trás do mesmo manual.

Na parte traseira desta faca havia uma foto da mesma com os itens desmontados e a descrição dos mesmos em cinco linguas diferentes, a saber, espanhol, inglês, francês, alemão e italiano.

No início dos anos 90, as caixas foram trocadas por outro modelo mais genérico, Além de um formato diferente do estojo e da caixa, as fotos da parte da frente de ambas as caixas (da Jungle King I e II) eram idênticas, mas a parte traseira era com um desenho do modelo que seguiria dentro da caixa com todos os seus acessórios esparramados e a descrição do material em 4 linguas, espanhol, ingles, francês e alemão, prescindindo do italiano. Estas caixas eram menores que as anteriores em cerca de 25% de seu tamanho, o que certamente facilitava e barateava a lojística. Eu cinceramente não sei se o manual dobrável era fornecido com esses modelos de facas pois, embora o isopor injetado tivesse a concavidade característica em sua parte traseira, mas na faca que eu comprei não veio nenhum manual ou, sequer, a referência a ele.

Aqui vemos o segundo modelo de caixas das facas Jungle King I. A minha primeira JKI veio em uma caixa assim e já não tinha mais o manual destacável como na primeira série e eu não sei se foi perdido ou roubado na loja ou se sequer acompanhava esse modelo de caixa.

No ano de 2005, a coisa ficou feia e a AITOR passou a não mais enviar as suas facas em caixas com estojo de isopor e nem as partes (bainha/faca/cápsula) separadas, mas o conjunto agora era vendido todo montado (faca dentro da bainha e cápsula dentro do cabo) em uma singela caixa de tamanho quase dois terços menor do que o segundo modelo. Essas caixas tinham uma impressão padrão para todos os modelos de facas da AITOR com uma gravura em forma de triângulo na face frontal que mostrava uma das lâminas fabricadas pela empresa sobre rochas, o restante da fachada da caixa era um fundo com aparência de uma foto de areias claras e o logotipo da AITOR estampado na lateral superior esquerda. A identificação de qual modelo encontráva-se no interior da caixa continuava a ser feita pela tradicional etiqueta circular mas tanto o modelo Jungle King I quanto o II tinham caixas com janelas desenhadas no fundo mostrando as suas utilidades apenas, mas agora sem o descritivo e sem o manual. Eu não sei se outras facas AITOR tinha alguma referência ao modelo desenhado ao fundo como as da série JK, ou se eram lisas ou se apenas continham uma foto ou desenho do modelo, mas eu desconfio que esse último seja o mais provável. A forma de abrir a caixa é como uma gaveta que desliza por dentro do invólucro externo.
Uma outra alteração nessa época foi, também pouco sentida pelos compradores que não conheciam os modelos antigos foi a troca do frasco para a guarda de fármacos para picada de insetos que era de plástico com uma tampa roscada, anteriormente e agora passa a ser de vidro com uma tampa de encaixe, exatamente igual a esses frascos de amostra de perfume que são distribuidos por vendedores.

Acima verso da caixa fabricada após 2005.

Os últimos modelos de facas antes do fechamento da AITOR eram despachados em uma caixa do mesmo tamanho que a penúltima, mas monocromática em um tom de verde quase abacate. A identificação do modelo que estava dentro de qual caixa era somente feita através de uma etiqueta circular similar à que vinha no terceiro modelo de caixa, apenas que às do terceiro modelos, serviam para identificar somente entre as JKI e JKII, mas agora, elas serviam para todos os modelos, ou seja, era o genérico do genérico.

Aqui vemos uma foto que mostra a progressão (ou regressão) das caixas de embalagem das JKI.

De qualquer forma, apesar da perda de qualidade das embalagens das facas AITOR, o mesmo não ocorreu com as facas que, ainda apesar da troca da serra, mas tanto o material usado quanto a alta qualidade das operações de fabricação continuaram sendo os mesmos pois a empresa preferiu simplesmente cortar a parte cosmética da coisa para não deixar a qualidade dos seus produtos caírem no descrédito dos consumidores.
Após a compra das unidades fabris da AITOR pela PIELCO, as caixas sofreram uma nova alteração, ainda continuando genéricas em formato e gravura pois serve para todos os modelos de faca produzidos até então (exceto aos facões), mas não é mais monocromático pois apresenta uma série de gravuras, símbolos e padrões de fundo de gosto bem questionáveis, diga-se de passagem.

Modelo de caixa comercializado pela AITOR/PIELCO atualmente.

Peças para reposição.
Alem das mencionadas facas, a AITOR comercializa também acessórios avulsos para reposição, tais como garrote para a atiradeira, acendedor de magnésio, corda para a bainha e até mesmo o tubo do interior do cabo completo, com todos os acessórios dentro do mesmo. Uma pena que não apareça nessas possibilidades, o prendedor de perna que acompanha a faca pois é um elemento que fica para fora na bainha e, desde que não esteja preso à perna, é muito fácil de perder-se.
A algum tempo atrás, eu estava em uma mata fechada daqui do meu estado MS tentando cortar caminho para chegar em uma área aberta sem ter que dar uma volta de mais de 10 km quando a corda com o prendedor de pernas da minha faca desenrolou-se e ficou dependurado. Como estava a abrir a picada com ela, não me dei conta disso e ela foi enroscando nos arbustos que ficavam para trás até que por fim escorregou pela corda e perdeu-se. Isso teria sido facilmente resolvido se eu tivesse dado um nó na ponta de cada perna do cordão. Bom, não adianta chorar sobre leite derramado, mas a anos eu tento repor essa parte do conjunto e não consigo encontrar em local algum.

Peças de reposição para as facas JKI

Militaria.
Devemos salientar que a AITOR também fabricava facas JK I a pedidos especiais de forças armadas de países diversos, de unidades especiais ou apenas a membros isolados dessas armadas.

Além de alguns países árabes que tenho notícia de uma adoção mais efetiva e de algumas armas da Espanha, não tenho conhecimento de nenhuma outra unidade de nenhum outro pais que a tenha adotado, provavelmente por causa do alto custo envolvido pois esse realmente não é um modelo barato, mas tenho informações comprovadas que diversos elementos de forças armadas do mundo todo a compram para uso pessoal ou em operações e é sabido que membros do nosso SIGS compram-na na Zona Franca de Manaus para uso no COS (Curso de Operações de Selva), mas não durante a parte de sobrevivência desse curso pois nessa parte o uso desse tipo de facas é vetado, haja vista o grande n° de ítens de auxílio que ela oferece. Vejam bem, não estou dizendo que isso é um equipamento de dotação da força, mas sim que os elementos do curso compram-na individualmente para uso pessoal, pois as peças de cutelaria oferecidas pelas nossas forças armadas são, uma faca de trincheira/baioneta (que hoje é empregada a AMZ ou a IA2 em conformidade com o local de operação) e o facão e, posteriormente ao término do curso, os nossos guerreiros recebem o tradicional facão do SIGS com a cabeça da onça no cabo além do brevê da onça.

A foto acima mostra uma JKI Black camo com o brasão das forças armadas espanholas no local onde deveria ficar o anel de prova de dureza da lâmina.

Nesta foto vemos um soldado da legião estrangeira da França em treinamento com uma JKI Black À cintura.

Soldados espanhóis em treinamento de sobrevivência, o da esquerda tem uma JKI White nas mãos.

Boinas verdes espanhóis em treinamento de tiro. O soldado em primeiro plano tem uma JKI White na cinta.


Comandos espanhois em treinamento de desembarque. O soldado em primeiro plano porta uma JKI.

 Além das já citadas acima, outras forças armadas do mundo todo fazem ou fizeram pedidos de pequenos lotes de facas AITOR JK I, tais como a LEF (Legião Estrangeira da França); oficiais do ER (Exercito Regulamentar da Colômbia); SPETSNASS – Rússia; SAS – Inglaterra; COMAF (Comandos do Afeganistão)e algumas outras forças armadas de países do oriente médio e Ásia, além de oficiais e alunos do nosso CIGS (Centro de Instrução de Guerra na Selva) e BFOR (Batalhão   de   Forças Especiais) que as compram isoladamente.

Literatura
Também é possível observar a faca Jungle King I descrita, citada ou comentada em diversos compêndios literários. Livros, revistas e outros tipos de obra que tratam de sobrevivência, de armas brancas ou de fogo já mencionaram esta faca e a sua importância na cutelaria de primeira linha.

A foto acima faz referência aos modelos JK I E JK II, além de outras peças de cutelaria da AITOR como o canivete de múltiplas lâminas ao lado e faz parte de um livro francês sobre cutelaria denominado “Les Cuteaus” 

Duas das mais afamadas obras a respeito de sobrevivência já publicadas na Espanha, o livro "La enciclopédia de las Técnicas de Supervivencia" e o livro "Entrenamiento Y Técnicas de Supervivencia" possuem fotos das facas JK 1 em suas capas e fazem grandes referências a ela em seus textos. Estes manuais são muito reputados entre os conhecedores de sobrevivência, militares e aventureiros não somente da Espanha, mas também de outros paises de língua hispânica e até mesmo de língua inglesa. Quando um equipamento é mencionado desta forma, deve ser considerado como de qualidade excepcional.
  
La enciclopedia de las Técnicas de Supervivância, de Alexander Stilwell trás uma JKI na capa, junto com alguns itens de auxílio à sobrevivência.

Livro "Entrenamiento y Técnicas de Supervivência" de John Muston, também tem uma JKI em sua capa e faz grandes referências a ela em suas páginas.

Mais recentemente pude adquirir umas publicações em formato JPEG onde pude ver a faca Jungle King I também sendo mencionada. A primeira é o livro "Del Facon Al Bowie" Do grande escritor argentino Abel A. Domenech onde mostra a referida faca em duas ocasiões nas páginas 239 e 329 respectivamente.
Página onde o autor começa a citar as características desta faca. Apezar de mostrar um certo descontentamento com esse tipo de facas e o formato tubular dos cabos, bem como as formas de fixação que os cuteleiros tem criado para as lâminas, acaba por fazer uma boa referência da faca Jungle King I da AITOR.

Final da primeira referência.

Nesta parte da matéria sobre a dureza das lâminas o autor cita as facas da AITOR como exemplo por timbrarem em suas lâminas a posição onde estas foram testadas antes de serem montadas em seus cabos. Os valores de dureza não vem timbrados nas lâminas como as facas da antiga Marto, mas são especificadas na caixa das facas como uma faixa de dureza entre 56 e os 57 HRcº

De autoria do mesmo Abel A. Domenech, o livro "El Cuchillo Tactico" faz nova referência à JKI como exemplo de utilização das bainhas como complemento da faca.

Aqui, Jungle King I e Marto Brewer Explora survival figuram na mesma foto, com certeza partes da coleção pessoal do autor.

A revista Magnum, brasileira, em seu N° de estréia fez um artigo muitíssimo extenso e bem esclarecedor sobre a faca em questão com texto e fotos de Rodin Gambaro que era comandante de aeronave à época da reportagem e colecionador de peças de cutelaria.

Capa da revista Magnum Nº 1 onde foi escrito uma ótima matéria a respeito dessa faca.

Folha de abertura da da reportagem na revista Magnum onde mostra as fotos, não somente da JKI, mas também da JKII.

Como se pode notar pela foto de abertura da matéria, havia um lote de facas, tanto Jungle King I quanto Jungle King II que possuia uma gravação à ácido, de tal forma que nos induz a crer que foi feita pela própria AITOR com o nome "Pedro Alava" antes de qualquer outra inscrição de fábrica. Durante muito tempo eu procurei por qualquer informação que pudesse me levar à origem desse nome e, embora eu tivesse uma forte desconfiança que se tratava de algum importador de algum pais sul americano, devido ao nome ser de origem claramente hispânico, na verdade é de um comerciante espanhol radicado em São Paulo. Mesmo muito tempo depois do "advento" internet, eu busquei de várias formas encontrar algo sobre esse personagem que me levasse a descobrir de onde era e porque tinha o seu nome timbrado em lâminas de facas vendidas no Brasil nos primeiros anos de fabricação destas peças. Ocorre que o leitor que se identifica por "STONE", que, ai que me parece é morador de São Paulo e tem contatos com membros da ABS (Associação Brasileira de Cutelaria), conseguiu informações preciosas sobre esse cidadão e postou nessa mesma matéria, no campo de comentários. Essas informações só vem a enriquecer ainda mais a matéria d, por isso, fica aqui registrado os meus mais sinceros agradecimentos ao STONE.



A Jungle King I é a muito tempo o carro chefe da AITOR para este tipo de faca e é, também, a faca de sobrevivência mais fabricada até hoje e isso não para de se consumar, pois ainda hoje é fabricada e a sua garantia é vitalícia, ou seja, qualquer faca AITOR JKI que quebrar em condições normais de uso é reposta pela fábrica, só não sei como ficam os custos de envio ao fabricante, mas acho que a remessa é por conta do comprador mas o retorno por conta da empresa, como é de prache para esse tipo de coisa.
Além da JKI, a AITOR ainda continua fabricando outras facas de sobrevivência com cabo oco, tais como a Commando, a JKII e a JKIII e descontinuou a Bucanero, que tinha o mesmo cabo e guarda da JKI, apenas mais curto no comprimento do tubo e da guarda mas com lâmina muito parecidas à commando. Esta faca será melhor conhecida em matéria futura.

Acima algumas facas de sobrevivência AITOR eleitas pelo público amante de armas brancas como as melhores facas comerciais do mundo para esta função.

 As cópias chinesas.
Como nas facas “Marto Brewer – Explora Survival”, é comum que um objeto tão apreciado pelos amantes e colecionadores do mundo todo tenha as suas versões chinesas e sabe-se lá Deus de onde mais.
Existem, e inundam o mercado brasileiro também, um sem número de cópias malditas desta faca, mas advirto, muito cuidado com elas.
Existe um modelo dessas cópias chinesas chamada “Platoom”, distribuído no Brasil pela Náutika, nada contra a marca de representações brasileira, mas acho que eles deviam ter mais critérios na escolha do material que leva o nome deles pois este produto a que estamos tratando é realmente de muito má qualidade e, a meu ver, não serve para tarefa nenhuma no campo
Vamos aos motivos que me levam a falar tão rigorosamente.
Somente de empunhar uma destas cópias e chacoalhá-las como se estivesse golpeando algo a ser cortados, pode-se constatar que a lâmina apresenta folga e um lique-leque bem incômodo, pois o “parafuso” que prende a lâmina ao cabo não o faz de forma correta (e nem é apropriado para isso).
Observando o equipamento já pode se notar que este não tem o famoso prendedor de perna de encaixar.
Ao abrir a gaveta da bainha, nota-se ainda que está é de péssima qualidade, toda deformada pois além do material ser de baixa qualidade, é retirada da forma sem o devido tempo de resfriamento, o que é causa de deformação.
Surpresa maior se deve ao fato de perceber que no lugar da barra de magnésio/pederneira para acendimento de fogo, havia uma barra de... Pasmem... plástico.
Ao abrir o cabo, o infeliz comprador irá deparar-se com o horror, bússola não funciona e, mesmo trocando este horrendo instrumento por outra de qualidade, ainda assim ela não funciona, pois a tampa do cabo é feita de material magnético, o que impossibilita a utilização de qualquer bússola.
Não tem a tradicional cápsula de sobrevivência sendo os itens armazenados em um saco plástico.
O kit de sobrevivência é, no mínimo, ridículo e não merece, sequer, ser comentado.
A serra não serra. Exatamente isso. A serra tem a parte superior quadrada e desliza sobre a madeira sem cortar absolutamente nada.
Ao testar a lâmina na região do corte percebe-se que o material empregado para a confecção dessa não é de tão baixa qualidade assim, ficando apenas as operações de recorte e desbaste aquém do que poderia ter sido feito, pois, embora nas fotos ela apareça com estas operações feitas ao esmero, na realidade, o que se vê nas lojas é completamente diferente disso.
Ao soltar o parafuso que prende a lâmina ao cabo, descobre-se que a lâmina para se moldar à parte interna do cabo é calçada com uma tira de lixa (é isso mesmo, uma tira de lixa).
A corda que vem enrolada na bainha é de péssima qualidade.
A forquilha não encaixa-se perfeitamente na bainha pois tem o diâmetro da haste de ferro menor do que o que foi projetada para ter.
A borracha que acompanha o conjunto é imprestável, não serve nem para garrotear um membro para a aplicação de alguma injeção e a malha de encaixar é feita de borracha e não resiste ao esforço nem da borracha ruim que vem nela e acaba por arrebentar antes mesmo da borracha.
Não vem o frasco para fármacos.
A Skinner que vem com ela é feita sem critério e o fio morre junto do espaço para encaixe do dedo indicador, o que pode acarretar acidentes e machucar seriamente quem a empunhar.
A corda que vem enrolada na bainha é de péssima qualidade e, se não estiver com as pontas bem queimadas para não desfiar, desfiará toda em segundos se puxar uma ponta solta pois ela não tem fios tramados como as cordas de boa qualidade mas sim em uma espécie de nós que parecem aqueles de crochê que ao puxar uma ponta solta desfia-se inteiro. A resistência, eu não arriscaria colocar nada com mais de 10 kg. para ser suportado por ela.
A lâmina, embora seja de aço inoxidável (não me perguntem qual), vem pintada com uma tinta epox para esconder os defeitos de acabamento que serão percebidos no primeiro momento em que o proprietário for afiar a faca.
O cabo também tem o mesmo tipo de pintura, mesmo por cima de um material metálico qualquer, que não sei precisar, que é cromado e depois pintado, ainda é somente rosqueado à guarda e não soldado como deveria ser e, acredito que deva ser colado à esta parte da faca, mas já vi relatos e fotos  de cabos que simplesmente se desrosquearam da guarda enquanto o proprietário cortava um bambu exatamente para fazer os testes da dita cuja.
Enfim, para esta faca prestar, somente substituindo a faca inteira por uma JK I de verdade.

Réplica (se é que se pode chamar disso) de faca JKI de fabricação chinesa, ainda um pouquinho melhores que as tais Platoon da Nautika, mas mesmo assim, não valem os dividendos investidos.
Notem que a da foto é feita com tal desatenção que o emblema e demais marcações estão de cabeça para baixo.

Facas de sobrevivência.
A primeira faca dita “de sobrevivência” (digo dita pois houveram outras facas de punho oco e com serra no dorso antes desta, mas nenhuma foi denominada “de sobrevivência”) surgiu na década de 70 através do projeto de um médico dos marines norte americanos que queria uma faca com serra no dorso (para serrar partes de aeronaves, normalmente de alumínio em socorro de aeronautas derrubados), e um cabo oco (onde pudesse guardar suturas e anti-sépticos), a um cuteleiro norte americano chamado Jimy Lile que a patenteou logo depois e, na minha modesta opinião, não poderia ser mais feliz ao designar este nome. Portanto, o termo “faca de sobrevivência” está associado a estas duas características (serra no dorso da lâmina e cabo oco) e, fico pasmado em ouvir dizer que uma faca é de sobrevivência somente por essa faca ser full tang (a lâmina se prolonga até o fim do cabo), ou hiden tang (a lâmina sofre um afilamento logo após a guarda e essa “haste” se prolonga até o final da empunhadura), pois se este quebrar, é só amarrar uma corda no prolongamento da lâmina que se terá uma faca na mão novamente. Se assim for verdadeiro, todas as facas antigas eram de sobrevivância, mesmo as campeiras dos nossos gauchos ou as pexeiras dos nossos nordestinos pois muitas dessas peças tem uma espiga de forma full ou hiden tang.
Nossos antepassados usavam (e usam até hoje), facas campeiras que tem apenas um fino espeto formado pelo forjamento da espiga e que é aquecido e enterrado dentro de um cabo de chifre, madeira ou osso e estas facas lhe servem por uma vida para seus afazeres no mato ou no campo e eu nunca os ví dizer que tem uma faca de sobrevivência porque durou uma vida toda e tolerou até um certo grau de abuso e digo, ainda, que torturar uma faca com porretadas na lâmina ou torções ou mesmo usando-as como degraus, não as faz serem de sobrevivência se não tiverem as características certas.
Analisemos a seguinte idéia: Digamos que eu seja um sushi-man e que para filetar peixes eu use um facão, muito bem afiado, mas... um facão,  e diga que está é minha faca de filetar. Ora, esta é a “minha” faca de filetar porque eu não tenho outra, mas ele na realidade não é uma faca de filetar, existe um outro equipamento com características específicas e realmente projetado para esta finalidade que, ai sim, receberá o nome adequadamente.
O atual modismo de apanhar uma faca como um kucri, por exemplo ou uma SRK (Survival and Rescue Knife) da Cold Steel, ou, ainda, as Gerber BMF (Basic Multi Function), LMF (Lightwheght Multi Function)  ou seja lá que sigla tenham, e dizer que isso é uma faca de sobrevivência, isso é, no mínimo perigoso. São facas, sem sombra de dúvida excepcionais, mas não são de sobrevivência. São, no máximo, uma faca de utilidades. Na minha opinião a Gerber foi mais feliz em nomear as suas facas do que a Cold Steel que foi muito sensacionalista com uma faca em aço carbono realmente muito boa, mas não serve para a função de survival. Se ao menos tivesse um case na bainha, poderia pensar em rever a minha posição.
Gostaria muito de saber se quem estiver em uma balsa salva-vidas a flutuar à deriva no mar, em que estas “facas de sobrevivência” poderão prolongar a sua vida se não tem nenhum kit de pesca?
Em ambientes desérticos onde não se encontra mais que alguns arbustos cheios de ramificações finíssimas, mas onde o frio implacável durante a noite pode causar hipotermia severa e se tenha que queimar escremento de camelo para sobreviver, vai fazer fogo com o que?
Para nós brasileiros que poderemos estar sozinhos em uma floresta, notadamente a amazônica, como vai fazer um fogo por fricção onde tudo ao seu redor está molhado?
Considero facas de sobrevivência somente aquelas com aspecto purista, ou seja, Hollow handle (punho oco) e serra no dorso.
Gosto muito de pescar, acampar e outros esportes outdoor e, principalmente agora, morando onde moro (MS) onde o socorro pode estar a mais de meia centena de quilómetros em direção desconhecida e com muitos obstáculos, tenho absoluto conhecimento da falta que fará um sistema de acendimento de fogo, uma serra, fósforos especiais, anzóis e outras “coisinhas” (como alguns possam pensar), que possam ser transportadas dentro do cabo oco ou na bainha de uma boa faca, caso esteja perdido em meio a uma mata fechada e vendo a noite cair. Conheço de perto a floresta amazônica e sei que mesmo pessoas experientes vivem cometendo o erro de ir “logo ali” e não voltarem mais (às vezes nunca mais), sendo encontradas dias depois subnutridas e doentes por picadas de insetos, arranhões não tratados, água ingerida sem a necessária purificação e por ai afora. Posso falar com muita propriedade e, mais que isso, com a responsabilidade que o assunto exige. Portanto, afirmo categoricamente que uma boa faca de cabo oco com mais alguns acessórios pode salvar e prolongar em muito a vida de caçadores, pescadores e campistas.
Para mais informação basta dar uma busca no Google sob o tema “perdido na floresta” ou, ainda, ver o link abaixo.
http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,jovem-que-morreu-nos-bracos-do-pai-e-enterrado-no-am,198885

Conclusão
E, para aqueles que entram no modismo atual e dizer que tudo o que foi usado no passado era ruim e só agora é que se fabricam coisas que presta, que os conceitos mudaram e que este tipo de equipamento foi projetado pelo modismo da era Rambo, gostaria de deixar um esclarecimento.
As facas campeiras feitas e usadas pelos nossos ancestrais tinham lâminas não mais grossas que 2,5 a 3 mm e eram levadas por eles e usadas por muitos anos, pois eles tinham o principal, o conhecimento de qual era a ferramenta adequada para cada tarefa e, mais que isso, como utilizar cada ferramenta.
Nem mesmo a melhor faca do mundo deixa de estar suscetível à uma falha de material ou mesmo algum erro no processo de fabricação, o que geraria falhas na estrutura e possível fratura.
Desde que conheci essas facas, na década de 80, até os dias de hoje, eu só vi uma delas quebrada dentro da junção cabo lâmina e, mesmo assim, não sei em que circunstâncias ela foi quebrada. Já vi outras facas do gênero quebrarem também, mas nenhuma outra dentro do cabo ou na junção da lâmina com este, a grande maioria destas lâminas que vi quebrarem foi logo após o início da serra porque eram muito finas ou porque tinham reentrâncias que tornavam a lâmina fraca naquele ponto, mas se fosse uma faca full tang também poderia ter quebrado ali nesse mesmo local se o projeto de sua lâmina fosse idêntico. Facas com a fixação feitas através de aparafusamento da espiga por dentro do cabo ou com parafusos travando a lâmina lateralmente só podem resultar em uma coisa... falhas. Quando o usuário bate a lâmina ou nela, isso gera uma vibração e essa vibração faz com que porcas ou parafusos soltem-se, desprendendo ou afrouxando a lâmina e deixando o proprietário com o cabo sem lâmina na mão. Colas e resinas epox podem ajudar a reter a lâmina no lugar, mas não creio que por muito tempo se o uso for pesado, principalmente por parafusos laterais, que irão se desgastar muito rapidamente pelo atrito e, se colados, serão difíceis até de serem sacados caso a lâmina apresentem folgas. Pinos elásticos são realmente resistentes pois deforma-se com a pressão e retornam ao seu lugar novamente depois do esforço e, se acaso ocorrerem de afrouxarem, ainda dará muitos dias de uso intenso até soltarem em definitivo podendo ser substituidos posteriormente.

Para finalizar, deixo algo para se pensar.
Facas de cabo oco tem uma pequena porção da lâmina presa ao cabo mas se forem bem presas, atuarão como uma faca integral de punho oco, como as famosas facas do Cris Reeves, por exemplo e as críticas a esta faca são as melhores possível. Da mesma forma criticas a esse tipo de junção em uma faca, através de pinos, pode ser feita também, então, a canivetes que, além de terem uma porção muito menor presa ao cabo, ainda são móveis, e qual é o buscrafter ou sobrevivencialista que não tem um bom canivete à sua disposição e, ainda, quantos desses canivetes vemos com o pino ou a lâmina quebrada exatamente nessa junção?
As famosas Katanas dos Samurais japoneses tem seu cabo fixado à lâmina apenas por um pino de bambu (isso mesmo), quantas delas você vê saírem voando ou quebrarem-se depois de uma luta entre espadachins?
Não espero que concordem de tudo o que eu penso sobre esse tipo de facas e nem que saiam correndo a comprá-las porque eu falei que são perfeitas, porque eu realmente não acho que sejam, mas espero sinceramente que tenham gostado da leitura e das informações que postei aqui, algumas delas eu já havia postado no fórum Arco Brasil, na seção de cutelaria, mas muita informação nova eu consegui recentemente e, como estava em meus planos montar o blog, não poderia deixar de falar sobre esta minha companheira de aventuras. Para aqueles que gostaram, eu continuarei pesquisando novos fatos e, se algo novo surgir, postarei como revisão e referenciarei a data desta última revisão para que saibam se algo novo foi adicionado e, para não fazer o leitor ler novamente todo o texto, colocarei em cor diferente o trecho que tiver alteração ou for acrescido.
A todos, muito obrigado pela atenção e não deixem de postar seus comentários.

Sandro M. Domanski.


Ùltima revisão. 26/02/2019 - Troca de algumas fotos e discriminações das mesmas.












67 comentários:

  1. Cara, eu sei que já tem muito tempo essa matéria, mas eu gostaria de te parabenizar pelo esmero da pesquisa da citada e polêmica faca. Eu não tenho condições de ter uma faca dessa (original), mas sem dúvida é uma faca para o sobrevivencialista.
    Parabéns!

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    1. Olá Eduardo.
      Agradeço o elogio e faço votos que os ventos mudem e que você consiga um exemplar pra que possa comprovar na prática os mitos e verdades dessa ferramenta.
      Um forte abraço.
      Sandro.

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  2. Caro Eduardo, eu é que peço desculpas pela demora em respondê-lo pois estive meio afastado dessas atividades. Realmente hoje em dia está muito difícil a compra desse tipo de equipamento original, quer seja pela caristia do próprio produto quer pela desvalorização da nossa moeda, mas fato é que quem tem uma dessas originais não tem do que reclamar e mesmo alguns colegas que compraam as falsificadas e colaram a lâmina ao cabo e adaptaram os pinos elásicos acabaram temdo experiências bem surpreendentes com as suas. Uma outra faca da AITOR que também tem suas cópias chinesas é a Commando e conheço pessoas que estão falando muito bem delas, seja na versão tornado que é a cópia fiel da Commando com 18 cm de lâmina ou na versão Defender que é algo maior, com 22cm de lâmina. Em ambos os casos a bússola é funcional e a lâmina é em aço 440C com boa duresa. Mais à frente vou escrever uma postagem sobre a original e suas cópias, aguarde. Abraços.

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  3. Como disse o amigo acima, eu sei que seu post já é antigo mas somente agora tive a oportunidade de lê-lo. Gostaria de parabenizado-lo pela excelente matéria. Já li bastante sobre isso mas nunca encontrei um artigo tão completo. Fala absolutamente tudo sobre a faca. Se fosse possível, gostaria que me indicasse algum lugar onde poderia encontrar uma a venda. Desde ja agradeço a atenção e aguardo por novas matérias... Abraço e parabéns !

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    1. Apesar do post ser antigo, mas é sobre a história de um objeto, então, acaba não desatualizando, a menos que surjam novas informações, e foi o que aconteceu com esse, que vou colocar em breve.
      Muito obrigado pelos elogios e, apesar do pouquíssimo tempo que tenho tido atualmente, espero que isso possa mudar pois tenho muitas outras matérias já quase totalmente escritas aguardando pra serem publicadas.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Caro Renato. Desculpe-me por ter "abandonado" meu Blog por esse período de quase um ano pois tive alguns problemas que me deixaram completamente sem tampo pra isso. Quanto a locais onde encontrar facas assim, o Mercadolivre as veses aparece coisa boa, mas fique atento quanto às falsificações.
      Abraços.
      Sandro.

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    4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Boa tarde tenho uma faca igual a essa mas de marca diferente e gostaria de uma bainha em couro, sabe me dizer onde encontro? gostei muito da materia, obrigado.

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    1. Olá Yadah. Se a marca é diferente, é porque é uma réplica. Eu tinha verdadeira aversão a essas réplicas por causa da falta de qualidade delas, mas ultimamente estão saindo umas de muito melhor qualidade, uma pena que eles ainda não passaram a faze a fixação da lâmina com o pino elástico pra dar mais segurança, mas algumas pessoas estão colando a lâmina e o parafuso com cola araldite e estão utilizando a faca em seus dia-a-dias, não sei qual a confiabilidade disso mas...
      Quanto à bainha, a única pessoa que realmente faz essas peças com qualidade suficiente é o Diogo Lopes, ele tem um canal no youtube e tem blog também, o endereço do blog eu não sei mas acho que você encontra isso no canal dele no youtube. segue o link:
      https://www.youtube.com/channel/UCmgMemb5VwI7QGGRwsOZKBw
      Esse realmente muito bom mesmo.

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  6. muito boa a matéria e análise feita sobre as facas, muito completa e concisa, parabéns....
    recentemente adquiri uma jungle king 1 mas não sei se ela é uma replica ou não, ela é exatamente como nesse video: https://www.youtube.com/watch?v=FBgBOoPGEEc , gostaria da sua ajuda para saber se é uma replica ou é autentica

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    1. Olá blue12. Sempre tenho que me desculpar pela demora na resposta pois acabo com muitas atribuições e sem tempo de dar mais atenção ao blog.
      A faca mostrada no vídeo é uma réplica, mas pra ter certeza deve verificar dois fatores, primeiro, se a lâmina é afixada ao cabo por intermédio de um parafuso allen ou se tem um pino vazado, como uma chapinha enrolada, se for parafuso é réplica. O segundo é se a lâmina é pintada com tinta epox, o que mostra a camada da tinta sobre a lâmina pois as AITOR legítimas não são pintadas mas são feitas de aço inoxidável com um banho de cromo negro sobre elas, o que deixa o acabamento quase espelhado, mas negro. Se arranhar com um arame grosso e sair uma raspilha de tinta é réplica, se só arranhar, é legítima. vou ver se posto fotos comparativas entre outras diferenças das duas.

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  7. para que serve o botão que vem na faca?

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    1. Olá Unknow. A que botão está se referindo? Se é o da extremidade do cabo da faca, não é um botão mas sim uma tampa pra fechar o cabo e manter os itens de auxílio à sobrevivência lá dentro.
      Cuteleiros custom chamam peças com esse formato ao final da empunhadura com o nome de botão, mas esse não é o caso.

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  8. Olá boa tarde! Tenho uma Jungle King II, ganhei de presente e desconfio que seja falsa... pode me ajudar ?

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    1. Olá Diogo. Desculpe-me pela demora na resposta.
      Pode me enviar fotos dessa faca sua pra eu dizer se é ou não uma faca autêntica?
      Se sim, o e-mail é: sandromdomanski@gmail.com.
      Estarei à disposição.
      Sandro.

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  9. Não encontrei o artigo sobre customização... Gostaria muito de vê-lo...

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    1. Olá Cristhian.
      Desculpe por ainda não ter postado esse artigo pois tive alguns problemas de ordem pessoal que ainda não estão completamente resolvidos, mas pretendo escrever o referido artigo dentro dos próximos 30 dias e também trarei artigos sobre outras duas facas da AITOR.
      Um forte abraço.

      Sandro.

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  10. No aguardo de novos artigos sobre essa faca! Sobretudo o que fala de customização! Tem alguma previsão de quando será publicado???

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    1. Olá Cristhian.
      Sim, dentro dos próximos 30 dias vou terminar o artigo e postarei aqui.
      Obrigado por acompanhar os textos e um forte abraço.
      Sandro.

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  11. Obrigado pela atenção Sandro ... vou dar uma pesquisada no mercado livre e fico no aguardo de novas matérias ! Abraço ...

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  12. Só queria parabenizá-lo!!! Sou cuteleiro, trabalho com o desenho e projeto de facas assim... e você está de parabéns!!!!

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    1. Olá Jorge.
      Que bom saber disso pois a muito tempo que não vejo cuteleiros que lidam com facas de sobrevivência à moda antiga. Se tiver fotos de algum trabalho seu desse tipo de faca, ficaria muito feliz em ver, se tiver algum site ou mesmo fotos que quiser me mandar, ficaria honrado.
      Sandro.

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  13. Olá Elivelton.
    Primeiro, me desculpe pela demora em responder pois, somente agora descobri que o blog estava retendo os comentários até que eu autorizasse a publicação, então, agora estou fazendo as devidas autorizações e respondendo paralelamente.
    Olha, tem o mercado livre que aparece vez ou outra uma faca dessa marca em meio a outras tantas réplicas que os donos juram ser verdadeiras, então, todo cuidado é pouco, além do mais, tem muita gente que supervaloriza os seus produtos pois se pode achar jungle king II de R$1.300,00 ou facas mais novas e bem conservadas por R$850,00, por exemplo, então, dem que se estar atento e saber negociar.
    Existe um site espanhol chamado Filofiel que tem muitas facas da AITOR e de outras marcas espanholas também, que, com certeza vendem material original a preços bem competitivos, mas um site que eu já comprei e recomendo é o da cutelaria Soto, ambos são espanhóis mas enviam ao Brasil. A proprietária da cutelaria Soto responde a todos os e-mails e sempre está disposta a auxiliar pra facilitar o trabalho de quem quer adquirir produtos deles.
    Fora estes, somente no e-bay, mas o problema de comprar lá é que nem sempre é de logistas mas pode aparecer também vendedores que tem o produto comprado por lá e ai pode ser difícil que eles enviem ao Brasil.
    O maior problema de comprar fora do Brasil é sempre os malditos impostos que eles cobram pois a receita está tachando impostos até mesmo sobre o frete, ou seja, todo o valor que você gastou comprando no exterior, pode considerar pelo menos mais 60% em cima disso ou mais.
    Espero ter, de alguma forma ajudado.
    Abraços.

    Sandro

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  14. Hola! Qué gran artículo de un gran cuchillo; realmente considero que muchas personas se dedican a repetir lo que han leído en algún lugar y les pareció sagaz, sin experiencia directa de lo que hablan (por ello desmerecen estos filos; quienes los hemos tenido en mano sabemos por experiencia que eran realmente de primera calidad), en tanto leer este blog es un gusto precisamente por el conocimiento real y la sensatez que presenta. Gracias Sandro

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  15. Olá Cristian.
    Que bom que gostou do artigo.
    Existe no mercado muito produto de má qualidade, que foi copiado por empresas que não tem a menor preocupação com seus usuários, eu mesmo já me deixei enganar por alguns produtos assim que são feitos por empresas até renomadas mas sem escrúpulos pois só tinham interesse em lucro e não em realmente entregar ao seu consumidor um produto de qualidade, e ai, quando encontramos uma empresa como a AITOR que coloca produtos confiáveis, respeitando o seu consumidor, viramos admiradores fieis.
    As empresas tem que entender que os clientes vão adquirir seus produtos mesmo que os preços estejam acima da média mas, desde que, seus dividendos sejam empregados em um produto de qualidade e que gerem confiança no usuário.
    Abraços.
    Sandro.

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  16. Ótimo seu texto. Profundo e ao mesmo tempo de fácil leitura. Tudo, da trajetória à composição da faca foi explicitado. Muito obrigado.

    Eu tenho uma faca destas, das primeiras, sem uso até hoje. E só agora a compreendo perfeitamente.

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  17. Como pode ver pelas antigas postagens, eu tenho um probleminha com o tempo de respostas pois tenho varias atividades remuneradas e quando pego uma folga acabo destinando a alguma atividade ao ar livre,então, me desculpe pelo tempo na resposta.
    Baseado no que descrevi, Qual é o seu modelo?
    Um forte abraço e obrigado pelos comentários.

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    1. Unknown.
      Esta é a segunda vez que tento responder a sua pergunta e acabo excluindo sem querer. Como expliquei na outra pergunta, meu mouse tá com problemas e pula sozinho quando vou clicar.
      Poderia postar novamente a pergunta.
      Por favor me desculpe.
      Sandro.

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  19. comprei uma replica dessa e quero saber como fixo o cabo a lamina para maior dureza na sua opiniao é melhor soldar ou colar com cola epox???

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    1. Olá Unknown.
      Eu tenho uma réplica da JKI também e ela é fixada por parafuso lateral que é rosqueado na guarda e prende a lâmina por pressão. Muito ruim, diga-se de passagem. Eu retirei o parafuso e acabei de passar o furo do outro lado do cabo e instalei um pino elástico, mas antes eu coloquei uma boa camada de araldite na cavidade da guarda. Depois que eu colei, eu testei e ela não soltou mais a lâmina da guarda, mas soltou a guarda do cabo que é rosqueado, ai tome araldite nessa região também. Parece que agora tá resolvido. mas eu não expus ela aos trabalhos que eu já coloquei a minha original, mas acho que ela deve aguentar.

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  20. ola amigos, sou apaixonado por essas facas, estou adquirindo um segundo modelo da jungle king 1....se alguem tiver e querer vender.....

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    1. Olá SUTTI.
      No Mercado Livre tem uma com lâmina preta e cabo camuflado. Tá bem salgado o preço, mas acho que vai ser difícil achar uma destas nesse modelo por menos. As camufladas estão ficando raras.

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  21. Tendo ela nas mãos, não tem quem não goste. Mesmo os modelos onde o acabamento foi inferior, na era Pielcu, ainda dão shou nas nacionais. Boa sorte com a sua, espero que seja a sua companheira de aventuras. Difícil vai ser ficar só com uma.

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  22. Comprei uma camuflada, showwww agora em busca da preta...

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  23. Eu tinha a certeza disso. Quem tem uma sempre acaba querendo mais. Isso é igual pipoca, é impossível comer (desejar) uma só. Creio que criei um concorrente. KKKKKK.
    Foi você quem comprou aquela do Mercado Livre. Tava meio cara em. Mas essa camuflada é uma das minhas preferidas. Primeira geração.
    Eu ainda não tenho nenhuma toda preta, cuidado com as falsificações, olha bem os detalhes da logomarca, número de série e a skinner, as falsificadas pecam muito nessa peça pois não fazem o grind corretos e é muito fácil de se acidentar com elas.
    Um forte abraço e boa sorte na sua busca.

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  25. Parabéns, Sandro pelo excelente trabalho. Eu tenho uma JK1 série especial Francisco Alava. Pode me falar sobre ela, por gentileza. Um abraço.

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  26. Presado Stone !!8944-6776.
    Eu sei muito pouco sobre esta série Francisco Alava, a maior parte são suposições. Eu tenho uma Jungle King II com essa inscrição na lâmina e já vi muitas pra vender no mercado livre com a mesma inscrição.
    O que eu acredito é que elas foram compradas e distribuídas no Brasil por esse senhor que solicitou para que timbrassem o seu nome na lâmina pra identificar as facas que eram de distribuição dele talvez para poder reconhecer na hora de dar alguma garantia, mas isso é só uma suposição. Algo que eu sei realmente é que havia um distribuidor dessas facas para toda a América latina chamado Francisco Solano porque eu cheguei a conversar com ele por telefone mas as peças com o timbre Francisco Alava são anteriores às dessa época, então, paira a dúvida. Procurei inúmeras vezes alguma informação pela rede que pudesse levar a desvendar esse assunto mas foi em vão.
    Caso consiga alguma informação a respeito, ficarei feliz em postá-la aqui e dar os créditos a você.
    Um forte abraço.
    Sandro

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  27. Oi Sandro, inicialmente parabéns pela matéria. Sou militar e desde que entrei para a carreira, desejei ter uma JKI.Em 2008 tive oportunidade de morar na Africa do Sul por 1 ano e lá comprei uma preta, que eu gostaria de te mandar umas fotos para vc confirmar (ou não) se ela é original. Posso fazê-lo? Se positivo, pode me informar se o seu e-mail continua sandromdomanski@gmail.com ? Obrigado!

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    1. Presado militar.
      Apesar de todo o respeito que tenho por essa classe de patriotas que arrisca a sua vida para defender o interesse do povo brasileiro mundo afora, me passou completamente desapercebido o seu comentário e, somente agora, quase 3 anos depois, relendo os comentários pude ver que estava sem responder.
      Minhas mais sinceras desculpas.
      Durante o período que postou o comentário, estava com sérios problemas de saúde pois sou diabético e, por isso, me acarretou sérios problemas de visão (cataratas avançada), que já foi devidamente corrigida, talvez por isso não percebi o fato de ter publicado sem responder.
      Mais uma vez, minhas mais sinceras desculpas e, para qualquer contato, meu e-mail continua sendo sandromdomanski@gmail.
      Um forte abraço.
      Sandro

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  28. REALMENTE,FRANCISCO ALAVA ERA O IMPORTADOR DAS FACAS AITOR.

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    1. Olá Stone.
      Poderia falar mais sobre isso?
      Tenho muita curiosidade de descobrir mais sobre esse ponto obscuro desse equipamento.
      Agradeço desde já.
      Sandro

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    2. O TEXTO ABAIXO EU PEGUEI NA INTERNET E TRANSCREVO.

      Bem, pelo menos é assim que o conheço, e já vão aí pelo menos uns vinte e cinco anos. Meados da década de oitenta, século passado, veja só. O “mardito” do filme do Rambo, lembram-se? Aliás, hoje dizemos filme do Rambo, mas Rambo, apenas Rambo, é o nome do filme. Pois então, esse filme lançou uma moda por aqui, a tal da faca de sobrevivência. Cabo oco, fósforos, anzóis e mais alguma porcaria dentro e pronto! Faca de sobrevivência. Não foi só aqui não, também nos EUA a moda pegou. Lá coincidiu, na verdade, com um crescimento do número de artesãos cuteleiros. Bob Loveless, Bil Moran e lógico, Jimmy Lile, o cara que fez a faca do filme, já eram nomes conhecidos entre uma pequena legião de colecionadores que se formava. Aqui era um pouco diferente. Até então, quem por aqui procurava uma faca em loja de caça e pesca era justamente para isso, caçar ou pescar. Mas o danado do filme plantou uma semente na cabeça de um bom número de urbanícolas, que passou a achar o máximo ter uma faca do Rambo. Nesse ponto entra na estória, pelo menos na minha, Carlos Zimmerman, à frente da Casa Bayard, expoente do ramo Caça&Pesca paulistano. Gaúcho de nascimento, apaixonado por uma bela faca, o comerciante genialmente afinado com todos nós, amantes da caça, pesca, armas e afins, começa a apresentar em suas vitrines exemplares da tal faca de sobrevivência. A princípio eram espanholas da região Basca. Aitor era a marca, modelos Jungle King I e II. O importador era outra figurinha carimbada da cena paulistana, Francisco Alava Ugarte. A faca não era nenhuma maravilha, mas vendia como pão quente.

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    3. Olá novamente Stone.
      Grande adendo esta informação que me trás.
      Como sou das antigas, O nome de Carlos Zimerman, bem como da fantástica casa Bayard, fizeram parte de grande parte da minha juventude. Como sou do interior paranaense, sonhava no dia em que poderia visitar a loja da Bayard (é lógico, com algum dinheiro em punho), vista nas páginas da revista mágnum, a qual era comprador assíduo. Agora a informação sobre o importador, Francisco Alava Ugarte foi por mim procurada por muito tempo e foi consenso entre mim e um dos meus irmãos que também é afissionado por facas de punho oco, que deveria tratar-se de algum importador, sem dúvida, mas não sabíamos nada de real, o que tínhamos era apenas suposições. Agradeço imensamente essa informação e saber que com você passou-se exatamente como comigo pois, amante dos esportes da caça e da pesca, tinha, na época uma boa coleção de facas das marcas Mundial e Tramontina, as quais me desfiz doando a amigos que gostavam do esporte que eu, depois que comprei a minha primeira AITOR. Sem mencionar, é claro a grande influência que os filmes do personagem Rambo tiveram não só para minha escolha mas para uma infinidade de outras pessoas no mundo todo.
      É um prazer trocar algumas linhas com pessoas que, como eu passaram por esse período dourado da história.
      Novamente, agradeço imensamente pela informação e, caso tenha qualquer outra informação sobre o tema e quiser compartilhar aqui neste blog, fica à sua inteira disposição.
      Aprendemos a cada dia um pouquinho mais sobre o que amamos e a história destas facas é vasta e riquíssima.
      Um forte abraço.
      Sandro

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    4. Foi um prazer.
      E conversando pessoalmente com a Silvana Mouzinho, que organiza o Salão Paulista de Cutelaria, ela informou-me que havia trabalhado na cold Steel e conhecerá o Sr. Francisco Alava Ugarte e ele era realmente o importador dos produtos da Aitor.
      Desta forma, concluí que em determinado momento ele solicitou à Aitor que colocasse "Francisco Alava" nas Jungle King.
      Isso ocorreu por pouco tempo, eu creio, pois vi muito poucas facas com a tal inscrição.
      Grande abraço.

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    5. Olá novamente Stone. É realmente uma informação muito valiosa pra mim pois no fim da década de 80 o importador era o Sr. Francisco Solani, como pode ser comprovado pela reportagem da revista Magnum sobre a faca Commando e, cujo qual, eu tive várias conversas telefônicas, que me tratou excelentissimamente bem, mesmo eu sendo um rapaz que não tinha a minima condição de comprar qualquer produto da sua representação. Quanto ao que você comenta que esse representante trabalhou com a AITOR por um período curto, faz muito sentido pois notamos que as facas que possuem a serigrafia Francisco Alava, são as de primeira geração pois tanto as JK1 quanto as JK2 são ainda as que não possuem a composição do aço impressa, mas somente as palavras "Stainless Steel".
      As vezes uma pessoa nos dá uma informação e não sabe exatamente qual o impacto que essa informação tem pra gente. Esse é exatamente um desses casos. Você me deu uma informação que eu busquei por anos sem conseguir absolutamente nada a respeito.
      Agradeço imensamente por ter se dado o trabalho de responder ao blog e ter trocado essas linhas, não somente comigo, mas com todos os que Leem essa matéria e, para ser justo, gostaria de saber se poderia dizer o seu nome verdadeiro para que eu possa alterar o texto da matéria fazendo uma referência a você em agradecimento pela informação. Já alterarei a partir de agora para colocar a referência com seu nome de usuário e, se preferir, deixarei assim, mas se quiser, postarei o seu nome posteriormente.
      Um grande abraço.

      Sandro

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  29. Olá Unknown.
    Meu e-mail continua o mesmo e pode me enviar as fotos que eu até agradeço.
    Gostaria que comentasse o uso que fez dela, se atingiu seus objetivos e o que gostou ou não dela, é sempre bom ter a opinião de verdadeiros usuários pra saber o que acharam dela no dia a dia..
    Um forte abraço.

    Sandro

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  30. Tranquilo.

    Só lhe agradeci pela excelente matéria/aula.

    Tenho uma Jungle King 1 (Acho que dos anos 90 - número de série A-070774).

    Queria até te mandar umas fotos, mas, não consegui por aqui


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  31. Olá Gildo.
    Se quiser mandar umas fotos, meu endereço é: sandromdomanski@gmail.com e serão bem recebidas pois tenho um grande acervo de fotos sobre estas e outras facas de punho oco que guardo com muito carinho.
    Um forte abraço.
    Sandro.

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  32. Olá Sandro. Muito boa matéria. Também sou apreciador das facas Aitor. Tanto que em 1995, em
    Uma viagem, consegui trocar uma commander II, da Tramontina, por uma jkII do exército Portuguese por pouco não adquiri uma jkI camo. Como Portugal estava em uma missão no Líbano, esvaziaram a casa Soldier e so consegui o skinner da JK I. Parabéns pela matéria e saudações guerreiro. Um forte abraço

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  33. Olá Marco.
    Essa Jungle ing II que você tem tem o símbolo das forças armadas de Portugal? Se tiver, são raras por aqui, Eu só vi as Cuchillo de Monte com esse emblema.
    Obrigado pelas palavras.

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  34. Ola tenho uma jungle king aqui otima faca porem não sei se é original, como poderia tirar essa duvida?achei muito estranho ela tem gravado modelo 1 mas nas foto que vi a lamina é do modelo 2,por isso bateu a duvida.teria como eu mandar fotos ou algo assim?

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  35. Olá Unknown. Primeiramente, me perdoe pela demora na resposta pois tive um problema de saúde que me deixou meio afastado de atividades desse gênero, mas, respondendo à sua pergunta, me envie fotos dela no meu e-mail pessoal:
    sandromdomanski@gmail.com, eu dou uma olhada e depois discutimos mais.
    Abraços.

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  36. Precioso y completísimo artículo de mi cuchillo favorito,además de ser el mejor cuchillo de supervivencia del mundo,y lo digo por experiencia ya que tengo la suerte de disponer de cuatro de ellos,tres con la sierra de picos antigua y uno con la nueva sierra de almena.Aquí en España es más fácil encontrarlos evidentemente.Muchas por el post, me ha encantado!!.

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    1. Eu concordo com você que é a melhor faca de sobrevivência do mundo não somente pelos aspectos inovadores até hoje não superados, mas também existe outra faca de fabricação espanhola que é dura de comparar com qualquer outra que é a Explora Survival da Marto, desenhada pelo explorados Dr. Charles Brewer da Venezuela. Hoje infelizmente descontinuada, mas a nossa preciosa JK I continua a ser fabricada até os dias de hoje, e continua vendendo, isso prova que o conceito não morreu e que qualidade tem sempre o seu lugar à mesa.

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  37. Encomendei esses dias uma faca genérica réplica da AITOR Jungle King I, que na minha leiga opinião era uma faca de sobrevivência da china inspirada nas facas do Rambo I e II, mal sabia eu que era uma faca de renome, e que por trás da minha réplica tinha uma marca de qualidade e facas originais, fiquei muito feliz em saber.
    Por enquanto vou me contentando com a minha réplica, o que importa é um fio bem afiado, uma lamina grossa e um espaço dentro do cabo pra eu colocar o que achar necessário.
    Eu já vinha duvidando há muito tempo dos que condenam facas que não são "fulltang", o meu entendimento de pra que uma faca serve já me esclarecia o quando uma faca de cabo oco pode ser maravilhosa e útil, sem falar na nostalgia de tem uma "faca do rambo".

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  38. Antigamente se fabricavam facas campeiras em que a espiga era da grossura de um espeto e essas facas duravam uma vida na mão dos que dela se utilizavam porque eles tinham o principal, técnica e respeito pelo equipamento que possuiam e como sabiam o que se poderia fazer e como fazer, nunca ficavam na mão. Hoje as pessoas querem uma faca pra bater em pedras e tijolos, enfiam as facas entre pedras e querem subir em cima das lâminas. Ora, uma faca é uma faca e não uma britadeira ou um machado, muito embora eu já tenha visto pessoas fazerem isso com as JKI e Commando e elas se saíram bem, mas não foi pra isso que foram projetadas e se você fizer esse tipo de coisa com outras facas ditas ful tang's elas vão entortar ou quebrar também, então, Expecialistas à parte, eu já uso a minha a mais de 30 anos e ela está como nova.
    Cuide do seu equipamento que ele vai cuidar de você.
    Abraços.

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  39. Olá, boa tarde. Quero comprar uma Jungle King II na internet, mas desconfio que seja falsa. Podes me ajudar a identificar?

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  40. Olá Marcelle.
    Acabei de responder pelo e-mail.
    Me desculpe pela demora.
    Sandro.

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  41. Bom dia, sou um Fã da marca AITOR e tenho a KING I E A KING II além de outras. Estou muito satisfeito com esses exemplares. Parabéns pela belíssima matéria. Tentei publicar uma foto delas mas não consegui....

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